Para escrever o artigo de hoje, fui inspirada por um bate papo que tive com uma pessoa sobre o desânimo, a tristeza e a falta de entusiasmo de um jovem que tem um futuro promissor pela frente, porém se encontra sem estímulos para vencer suas dificuldades pessoais. Fiquei refletindo o quão triste poderia ser o mar de dúvidas, medo, incertezas, diante de um momento que exige tanto na vida do jovem, onde escolher nesta fase é tão difícil quanto crucial para tudo que virá a partir daí. Passar pela transição, onde o vídeo game, as tardes de desenho depois da escola, a brincadeira com os amigos, são substituídas pelas pilhas de livros e compromissos que a universidade exige e quando em muitos casos, também vem acompanhado do trabalho, da divisão das despesas de casa e etc... Penso que tão importante quanto preparar um jovem para o mercado de trabalho através de boas escolas, cursos e todas as ferramentas que estiverem ao alcance dos pais, muito mais é necessário preparar sua mente para todo o turbilhão de mudanças que esta transição irá exigir. Auxiliar na construção de uma mente confiante, determinada, com objetivos claros bem definidos e preparada também para os NÃOS que a vida irá nos impor, dá trabalho e requer muita paciência e amor. Desde bebê Kauê faz uso do cinto de segurança no carro. Passamos pela fase do bebê conforto, depois da cadeira, do assento de altura, até eliminar todos estes e enfim utilizar somente o banco do carro. Foram períodos de muita dificuldade. Sair de casa para a escola todas as manhãs se tornava um dos maiores desafios do dia. Por vezes pensei em desistir e deixa-lo ir sem o cinto, para assim evitar o desgaste, o cansaço físico (ele sempre foi muito forte) e emocional. Lembro-me de muitas vezes depois de deixa-lo na escola, ir chorando para trabalho pensando: Meu Deus, quando ele irá entender isto? A persistência gerou frutos e vê-los me faz ter muito orgulho de meu filho. Ele venceu o que para ele era um grande gigante. Para ele estar preso aquele cinto era como se fossem correntes capazes de prender até sua respiração. Hoje Kauê é o maior fiscal de cinto de segurança que um condutor pode ter em seu carro. Uma das primeiras palavras que ele diz quando entramos no carro é - Coloque o cinto! E sair com o carro se alguém estiver sem cinto? Nem pensar! Ele sabe que o cinto é importante para a segurança e descobriu que a hora que ele quiser é possível se soltar. Educar um filho a utilizar um cinto de segurança me fez trabalhar muitas outras questões. Falava com ele da importância de sua vida pra mim quando o incentivava utilizar o cinto. Do quanto ele era especial e por isto não queria que ele se machucasse. Ensinava sobre o quanto obedecer regras nos protegiam e o quanto eu acreditava que ele seria capaz de cumprir, mesmo depois de muitas crises de choro. Uma das características de uma criança com TDAH como é o caso do meu pequeno é a dificuldade de lidar com as emoções e a baixa auto estima. Encoraja-lo e prepara-lo diariamente para enfrentar a transição da adolescência e uma vida adulta de qualidade é um desafio diário. Desistir não faz parte dos planos. Muitas das sementes que lanço hoje na vida de Kauê, só vou poder ver os frutos daqui á muito tempo, assim como foi com o Arthur e isto não me desanima, pelo contrário, me torna cada vez mais forte e confiante, pois eu acredito no meu filho e sei o quanto ele é capaz. Sou mãe de um jovem de 19 anos e posso dizer que vivo os dois extremos da educação dos filhos. A abordagem e o diálogo com o Arthur é diferente do que ocorre com Kauê, mas ambas as relação exigem de mim algo que tenho certeza que faz diferença e é o que deixará para esta geração ser humanos melhores do que eu mesmo pude ser um dia, o Amor com responsabilidade. Amar com responsabilidade não é dizer sim pra tudo, proteger de tudo ou concordar com tudo. Amar com responsabilidade e fazer o caminho junto, lado a lado, mas na hora que tiver que caminhar sozinho, deixar ir. Se importar com o desenho ainda que pareça um risco no papel, ouvir e rir das histórias de recreio ainda que você já tenha ouvido um milhão de vezes. Permaneço na torcida pelo jovem que inspirou o artigo de hoje, mas sei que para supera-se o primeiro a acreditar nele, deverá ser ele mesmo. Acreditar que apesar de todas as incertezas, do medo e da dúvida, para fazer acontecer só depende querer e acreditar! Que possamos encorajar as crianças de hoje para que se tornem jovens decididos e com objetivos claros no futuro. Saudações Inspiradoras Até a próxima! Claudia Mendes
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Claudia MendesProdutora de conteúdo, escritora e profissional de Administração. Clique aqui para editar.
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June 2023
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