O tempo, que o tempo tem.

Por Claudinha Mendes

O tempo é um movimento que não dá trégua e nem perdão.
Chega trazendo festa, quando o momento é comemoração.
Porém ás vezes  teste de paciência e compreensão.

Alegria para a chegada e tristeza para a partida.
Angústia pra quem espera ou alívio para quem fica.

Alguns já tentaram medir o tempo que o tempo tem.
Outros preferem o relógio que mede o tempo e nos faz refém.

A quem diga que ele é cruel e chega pra qualquer um.
Fortalece amores, endurece a alma e não se evita de modo algum. 

Chega pra mim, pra você, pro o idoso e até pro  bebê. 

Mesmo a cada dia mais raro, tem andado em promoção.
Tem troca por vídeo games, celular e atenção.

O tempo está escasso, mesmo sendo o mesmo pra cada um.
Alguns administram com jeito, outros contando os defeitos, precisam sempre de mais um.

Mais um minuto
Mais uma hora
Mais um dia
Mais um tempo....

Que tempo? Não dá tempo! Não é o momento. Não tô entendendo.
Eu tenho mais tempo. Você não tem? Eu empresto pra você também!

A geração enlouquecida esquece o tempo que o tempo tem.
Ele não espera,  não economiza e não avisa para ninguém.

O tempo é agora, neste momento.
Não espere a hora e nem o tempo.
Tempo não é refém de relógio, o relógio que é refém do tempo e você se achando sabido, acorda e dorme perdendo tempo.

O tempo é um movimento que não dá trégua e nem perdão,
mas pode ser um aliado pra quem acordou para esta questão.

Qual é o tempo que o tempo tem?
Não sei, nem quero saber, só quero o que ainda resta do tempo que tenho pra eu viver.